sábado, 25 de junho de 2011

Entrevista:Violator

             
   Violator é um dos maiores nomes do Thrash brasileiro,senão do mundo;contendo em sua bagagem 8 albuns contando com ep´s e demo,viagens a Europa,Asia e por quase toda América;bem não á o que dizer muito deles né?O som dos caras de Brasília já diz tudo.Aqui vai uma entrevista que fiz com Poney,baixista e vocalista do grupo.

  Noise Maker :Fala ae Poney,obrigado por responder estas perguntas pro NOISE MAKER WEB ZINE,primeiramente conte-nos um pouco a história do Violator.Como começou a paixão pelo Thrash?E quais as bandas que os influenciaram?
Poney: Paulo, meu grande camarada! Primeiro, muito obrigado por essa entrevista, pelo interese apoio e principlamente pela amizade ao longo dos anos. O Violator começou em 2002, mas a gente toca junto desde 1999. Éramos quatro moleques muito amigos, que mal sabiam ligar instrumentos, mas que estavam interessados em produzir uma música mais intensa, honesta e espontânea do que as que a gent encontrava frequentando os shows de metal na época aqui em Brasília. A gente encontrou tudo isso em discos empoeirados de thrash metal, um estilo que estava bem esquecido no final dos anos 90, que achávamos pra vender em sebos. Várias bandas são marcantes e nos influenciaram, mas eu devo dizer que um dos primeiros Lp's que eu descolei e que quase explodiu minha cabeça foi o Extreme Aggression, do Kreator. O nome da banda era quase que uma brincadeira com rimar com Kreator, inclusive (risos). De qualquer maneira, fico muito feliz que passados quase 10 anos, a gente tenha conseguido manter o mesmo espírito simples de apenas gostar de estar junto, fazer barulho e permanecer amigos.

    Noise Maker: Qual a discografia da banda?

    Poney:  A discografia é:
                   Annihilation Process (2010 - EP)
                   Thrashing the Tyrants (2010 - Split)
                   Raging Thrash (2010 - Split)
                   Chemical Assault (2006 - Full-lenght)
                   Violent War (2005 - Split)
                   Violent Mosh (2004 - EP)
                   Fast Food Thrash Metal (2003 - Split)
                   Killer Instinct (2002 - Demo)


Noise Maker:Houve alguma dificuldade no começo?Como divulgação de materiais,shows e etc.?

Poney:As dificuldades existem, são muitas e permanencem até hoje. Mas elas geralmente estão intimamente conectadas com a própria natureza da música underground e de fazer contracultura em um país sulamericano. Isso significa que ao invés de lamentar ou se ressentir pela falta de estrutura, falta de espaços, etc. eu prefiro ver toda essa precariedade como uma parte indissociável da (contra)cultura subterrânea em um país de 3o mundo como o nosso. É tosco, pequeno, esvaziado? Sim! Mas também é muito divertido. Não vejo o underground como um degrau em que você pisa pra depois sair fora, não esse espaço precário é justamente onde eu quero permanecer e produzir, pois vejo um potencial libertador muito grande nele.


Noise Maker:Qual o motivo da saída do Juan Lerda da banda?Vocês ainda mantem contato com ele?E como foi a entrada do Marcio Cambito no Violator?

Poney: O Juanito tinha que seguir os estudos dele na Argentina. A família dele toda é de lá. A gente não vive do Violator, e nunca pretendeu fazer grana com a banda, então apoiamos a decisão dele de ir embora do país pra estudar engenharia, que é o que ele faz hoje. Nos mantemos em contato constante, ele é como um irmão pra gente. O Cambito entrou depois de um período de 10 meses que seguimos como power trio. A gente estava atrás de alguém que fosse amigo e topasse todas as loucuras do Violas, isso era muito mais importante do que alguém que fosse um guitar hero, ou qualquer merda do tipo. Então, o cambito se encaixou como uma luva. Ele é um cara que eu admiro demais pela simplicidade e companherismo, fico muito feliz que hoje somos parceiros pra toda vida. Engraçado que o Cambito é de uma cidade que fica no entorno de Brasília, uma cidade com bastante miséria e violência. E todo mundo do Violator sempre morou no centro da cidade. Hoje tocarmos todos juntos me faz pensar como o underground é capaz de transpor barreiras de classe, geográficas e de nacionalidade. Provavelemente se não fosse o metal, o rock, a gente nunca se encontraria em outro contexto, acho isso demais.

Noise Maker: Quais foram os piores e os melhores momentos nas turnês no Brasil e no exterior?

Poney: São muitos momentos, tanto bons quanto ruins. Dos melhores, impossível escolher, posso destacar ultimamente ter conhecido as pirâmides de Teotihuacan, ido ao Japão, tocado com o DRI... Basicamente tudo na minha vida é voltado ao Violator, e essa banda me deu a possibilidade de viajar ao redor do globo e conhecer pessoas incríveis. Isso é demais. Dos piores, ter sido roubado, dormir na rua, ser explorado por polícia corrupta, passar fome, ter a van atacada cpor uns caras com pedaços de pau... (risos)



Noise Maker:E quais as bandas que vocês tiveram mais afinidade?

Poney: Aqui no Brasil a gente costuma ficar amigo de quase todo mundo que a gente toca. Como você já deve ter percebido, a amizade desempenha papel central na maneira como nos relacionamos com o underground. Em Brasília e no Brasi afora, costumamos ser muito próximos de outras bandas de thrash-crossover assim como as bandas de hardcore punk. Aqui em Brasília isso está totalmente misturado. Sempre ficamos na casa do pessoal quando viajamos e um monte de gente costuma ficar aqui em casa.  Acho que as bandas que somos mais próximos fora do Brasil são o Hirax, Dr. Living Dead e o Fueled by Fire.

Noise Maker:Pelo que eu percebo o Violator teve uma boa recepção desde o começo na cena underground,tanto aqui quanto lá fora.O que você diz sobre isso?

Poney: Eu não sei dizer cara. Espero que as pessoas percebam que tudo que a gente faz é com muita sinceridade e paixão. Talvez a gente consiga transparecer isso e isso faz com que as pessoas, por um motivo ou por outro, simpatizem com a gente. Não sei! Só sei que agradeço muito a todo mundo que sempre apoia a banda, valeu mesmo.

Noise Maker:Como foi a idéia de fazer o videoclipe ´´Futurephobia``?Como foram as filmagens?

Poney: A ideia surgiu a partir do nosso camarada Nicolas, um excelente fotógrafo que agora começou a trabalhar com vídeo. A gente queria fazer algo bem simples, somos muito interessados em apresentar o Violator como uma banda sem nenhum teatro, ou personagens, mas sim interessada na intensidade e na adrenalina do thrash. Acho que o Nicolas captou tudo isso muito bem. Filmamos tudo no ME estúdio, emprestado de graça pelo nosso amigo Ed (foi tudo feito na base da camaradagem) e o Nico ainda fez umas imagens da rodoviária de Brasília, pra tentar expressar um pouco dessa rotina paranoica que esmaga todos nós e que está presente, um pouco, na letra. Eu gostei porque deu uma cara bem "Brasília" pra cidade, a gente não está interessado em emular que vivemos em Los Angeles dos anos 80, sabe? É Brasil 2011 e não tem glamou nenhum.

Noise Maker:E os projetos paralelos  como o Ameaça Cigana,Possuido Pelo Cão,Pesticide,Scumbag como andam?Algum material em vista?

Poney: O Ameaça acaba de lançar um SMD chamado "5 reais... ou roube este disco!". Já fizemos uma nova gravação (9 sons + uma versão do Poison Idea), que deverá sair em breve em um split com o pessoal do Homem Elefante. O Possuído e o Scumbag estão totalmente parados, espero que eles voltem em algum momento futuro. O Capaça saiu do Pesticide, mas está com um projeto death metal com o Batera, em breve deve sair alguma coisa muito boa, aguardem! E u também tô com uma banda nova de punk rock, chamada Cidade Cemitério, a gente deve fazer nosso primeiro show agora em julho. Tô tocando guitarra nessa (e penando muito - hehe) mas tô bem animado.

Noise Maker:Eu li em uma entrevista onde você disse que o melhor lugar que oViolator tocou foi na região nordeste.Você ainda tem a mesma opinião?Quais as melhores bandas de lá?Ainda mantém contato com os caras da Demonized Legion,Distress,da Hellnoise produções(foi lá onde eu conheci o som de vocês em Campina Grande)?

Poney: Cara, o Nordeste é o melhor lugar do mundo pra fazer turnê. Os shows são ótimos, as pessoas são muito bacanas e ainda passamos a semana na praia. Eu tenho muito contato com muita gente de lá, talvez seja até injusto dizer quais as melhores bandas, porque com certeza eu iria esquecer muita gente. Sem dúvida um destaque pra mim, era o Vingança de Fortaleza, uma das coisas mais insanas que os anos 2000 já produziu, um dos meus discos favoritos e alguns dos meus melhores amigos. Sobre Campina Grande, ainda mantenho contato com o pessoal de lá, especialmente o Leandro. Reecontrei Diego no Abril pro Rock, mas tem 4 anos que não falo com Guto, mas da última vez ficamos na casa dele lá em Alagoa Grande e foi maravilhoso. Eu gosto muito da cidade e da cena de CG, acho que os bangers de lá demonstram preocupações política e conteúdos que são, infelizmente, muito raros de se encontrar em outras cenas de Metal em qualquer lugar do mundo. Não me esqueço também da sopinha vegetariana que era distribuída de graça todos os dias ali na praça central, uma delícia!!!

Noise Maker:Qual sua reação sobre esse radicalismo de headbangers e punks não aceitarem a união das duas cenas?

Poney: Acho que isso já foi bem pior do que é hoje em dia. Felizmente hoje já tivemos um boom do "crossover" e do "metalpunk", que ajudou bastante a derrubar as fronteiras e bagunçar um pouco os limites do underground. Essa "união" foi uma coisa que o Violator sempre viveu e defendeu. União que não significa uniformidade, mas justamente saber conviver bem e respeitar as diferenças. Antes, eu ainda perdia um bocado de tempo tentando explicar porque certos estilos de punk e de metal estão totalmente conectados, mas hoje, porra, estamos em 2011 e se você quer negar isso, eu é que não vou perder meu tempo tentando explicar porque você está errado. Agora, nenhum punk é obrigado a gostar de metal e vice-versa. Mas eu, sou feliz, e escuto tudo de Exciter a Warsore.(risos)

Noise Maker:No Brasil não dá para viver só no D.I.Y,então temos que arrumar empregos pra nos sustentarmos.Já dá pra viver de do-it-yourself no Violator ou vocês tem outros empregos?

Poney: A gente não vive do Violator e nem é nossa intenção. Talvez a gente conseguiria fazer isso, mas teríamos de abrir mão de boa parte das coisas que a gente acredita na cena. Teríamos que largar o nosso selo DIY daqui da Ceilândia (Kill Again Records) por alguma com uma visão mais mercadológica da cena, a gente teria que começar a cobrar cachê alto e não abrir mão dele se o show der prejuízo, entre outras coisas. Fora isso a gente teria que  passar o ano inteiro em turnê, geralmente comendo mal, dormindo mal e transformando em emprego a nossa maior paixão. Já passei por isso na Europa tocando todos os dias, e posso dizer que pelo menos pra mim, não funciona. O trabalho tem o poder devastador de destruir qualquer paixão e tocar com o Violator, que é a coisa que eu mais amo nessa vida, estava virando parte de uma rotina sem-graça muito rapidamente. Não quero condenar quem faz essas escolhas, só digo que não é o que a gente quer pro Violator. Então todo mundo da banda trabalha, eu sou jornalista, o Capaça programador, o Cambito tem uma loja de tinta e o Batera está se formando em história e em breve deve começar a dar aulas.

Noise Maker:O que você tem ouvido ultimamente?

Poney: Tenho ouvido muito death metal sueco, doom/stone/sludge, novas bandas de punk rock americanas e suecas e hardcore americano velho. Uma salada da porra, né?

Noise Maker:Vamos fazer umas perguntas rápidas só pra encerrar,tudo bem?
Anarquismo?= O horizonte político que eu tento guiar minhas ações. Algumas vezes pode estar distante da nossa prática política cotidiana, mas sempre segue como meu horizonte.

Veganismo?= A melhor mudança que já realizei na minha vida. Detesto o veganismo que tenta evangelizar pessoas ou pratica um purismo asceta que é em última instância, irreal. Prefiro entender como um "cause o mínimo de dano que conseguir".

Straight Edge?= Nunca usei drogas, mas não costumava me dizer straighedge justamente por ter uma galera que entendia a coisa como uma verdade absoluta, que justificava até bater em outras pessoas. Eu realmente não vejo a coisa dessa forma, e me sinto confortável com as minhas escolhas que não tenho nenhum problema com a escolha das outras pessoas. Drogas podem ser libertadoras ou escravizadoras, ficar sóbrio também.

Deus/religião?= Odeio deus. (risos)

Homofobia?= Pra mim, é o verdadeiro espírito cristão. Encher o saco e querer dizer como os outros devem viver suas vidas. Uma verdadeira polícia do corpo e do cu.

Zine?= A espinha dorsal do underground, adoro ler e colecionar.

Lingua Esperanto?= Tinha uns amigos que estudaram. Eu nunca soube muita coisa, mas acho muito interessante a ideia de transformar politicamente a linguagem. Isso é muito importante e podemos fazer isso com o português também.

Noise Maker:É isso aí Poney o espaço está aberto para deixar qualquer mensagem.O Noise Maker Web Zine agradeçe.Valeu.

Poney: Eu que agradeço! Obrigado a todo mundo que leu e que apoia o Violator. UFT!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Anarquismo e Vegetarianismo

                        Anarquismo e Vegetarianismo:
                            sinônimos de liberdade
     
       Podemos dizer que o anarquismo e o vegetarianismo são o maior significado de liberdade.Talvez muitas pessoas vêem isso como loucura ou como coisa de quem não tem o que fazer,mas esses que criticam são aqueles mal informados,são escravos do Estado+Capital+Igreja ou não aceitam tal atitude por temer que o povo abra os olhos para verdade.
           Pois sabemos que tanto o anarquismo quanto o vegetarianismo querem acabar com essas mazelas destruidoras da classe dos menos favorecidos e dos animais.
           Há séculos o anarquismo luta para que o homem seja livre sem se apoiar em muletas religiosas e estatais,por serem elas alienadoras da mente humana,levando cada vez mais o ser humano para seu mundo.Muitos consideram que anarquia é o mesmo de baderna;mal sabem essas pessoas que o significado vem do grego onde An=não e Arkê=governo onde se nega qualquer tipo de autoridade ou governo,onde os anarquistas vivem em autogestão,eliminando totalmente os exploradores,patrões,governantes ou chefes clericais dos locais onde a anarquia será implantada.Ninguem irá impor idéias ou vontades próprias em fabricas ou em qualquer local de trabalho,pois a administração será pelo sistema de rodízio com cada encargo dado e aceito livremente,cada contribuição não será de mando mas de trabalho,sempre havendo substituição de cargos,contribuindo assim para a educação de todos e quebrando desejos de lideranças.*
           Sabemos que não é facíl vivermos em um mundo livre,por que para isso o homem também tem que ser livre.
           E isso não é diferente com o vegetarianismo,a unica diferença é para salvar os animais para que eles também sejam livres,pois eles não podem se defender,então só resta a nós mesmos para acabar com o sofrimento dos nossos amigos.
           Muitas pessoas acham que o animal ao ser abatido não sente dor ou sofre,só que isso é nítido ao vermos suas atitudes,berros até no jeito de olhar;eles são como qualquer ser vivo desse planeta,eles amam,sentem e dão carinho,amam,são amigos e porque não sentem dor?É claro que sentem,tá na cara.
           É ridiculo quando uma pessoa fala que os animais foram feitos para nos servir em seus pratos,em suas peles até mesmo para servirem de cobaia em experiências ciêntificas ou usados como entretenimento em circos e em zoologicos.
           Nossos amigos só precisam de nossa consciência do nosso amor para com eles.Apenas nós podemos lutar pelos animais pelo seus direitos de serem livres.
           Por isso o anarquismo e o vegetarianismo lutam pelo mesmo ideal:a liberdade de viver,de ser livre sem exploração,sem escravidão,dor,sofrimento ou qualquer coisa que reduza a vida animal e humana.Podemos citar alguns anarquistas vegetarianos que assumiram essa luta pela liberdade como por exemplo:Élisee Reclus,Liev Tolstoi,Hans Ryner,Isaac Puentes,José Oiticica,Maria Lacerda de Moura,Diego Gimenez Moreno entre outros que lutaram pela liberdade humana e animal.
           Pensem sobre isto,todos nós merecemos ser livres.

*trecho do livro:Pequeno Dicionário de Idéias Libertárias,do autor anarquista Edgar Rodrigues.
                           
Élisee Reclus:Anarquista e vegetariano francês.